Essa deve ser uma
estória de algum tempo atrás.. de alguma noite dessas.. de algum momento tão único quanto o anterior...
apesar disso não querer dizer absolutamente nada! ...eu vou prosseguir com uma pequena e intrigante
estória.
Bom, tudo começou quando eu nasci... pequenino... pouco cabelo.. e uma delicadeza.. uma delicadeza que se entrelaça com uma vida nova.. com aquele novo mundo que está para nascer naquela pequena cabeça.. uma delicadeza tão frágil.. tão gentil...
Enfim, essa coisa q todos os bebes tem e que leva as pessoas a se tornarem retardados quanto estão diante de um bebê..
eu não sei se são os bebes que fazem essa façanha de regredir as pessoas, ou se elas são estranhas o suficiente pra ficar tentando comunicação lógica verbal com aqueles pequenos seres abençoados da natureza... ( não que o termo "pequenos seres" seja como um preconceito meu contra os bebes... até parece! mas na real verdade não é...) o que me chama atenção é que os bebes me parecem quase como seres mágicos.. eu os admiro por isso.. sempre me passou pela cabeça o que pensa um bebê... qual lógica é formulada para que ele saiba que chorar pode lhe trazer alguma coisa.. ou isso seria puro instinto... se for.. é o instinto mais
inútil q o homem pode ter.. chorar pra conseguir alguma coisa... os
emos fazem isso... mas não os bebes.. os bebes são muito mais que isso...
então.. o que eu quero dizer é ninguém precisa saber da minha vida ou de bebes para que eu me encontre em um bar...
o cenário pobre... rua de barro, muros
pichados, algumas casas, algumas árvores, até uns
matinhos que cresciam na rua por falta de manutenção... era dia... o sol estava rachando as
cucas... e as pessoas... apenas admiravam o céu azul.
eu estava sentado em uma das cadeiras do bar... tinha também uma musica... algo como"eu quis dizer
vc não quis escutar..."
era isso
uma simples cerveja num bar qualquer...
em meio a musica, a cerveja e ao clima podre e reconfortante do bar, passou por mim... uma vaca...ela passou.. parou.. e me olhou..
qnd eu olhei-a... eu pensei.. "Oh! q legal.. uma vaca..." mas a vaca.. a vaca não estava pra conversa...
Ela ficou ali me olhando... foi então que percebi uma certa crueldade na vaca... após alguns segundos trocando olhares com a vaca ela deu alguns passos em minha
direção...
me veio um arrepio...eu me senti
acuado! (claro!)
afinal... era uma vaca malvada, ate onde eu podia ver...
mas eu não hesitei! levantei! e fiz barulho pra assustar a vaca...ela virou para o outro lado e deu alguns passos... ate q parou.. e me olhou de novo...
qnd percebi q ela me encarava mais uma vez.. eu não esperei...
lavantei de novo! e fiz mais barulho! dessa vez bati cadeiras...e a vaca assustou e deu mais alguns passos para frente.. ate q ela virou para mim... olhou por um instante.. (confesso que esses olhares me matam... nasce uma necessidade de desviar o olhar.. como um medo, ou uma
submissão pela vaca....
então.. ela começou a correr... e o pior é que era em MINHA!
direção...
mais uma vez eu pensei...(notem a dificuldade de me ver pensado nestes momentos
únicos, por isso eu sempre relato quando penso) " que porra é essa? uma vaca
insana correndo de encontro a mim"
e eu corri
também!!
como um insano!... pois ninguém esta por esperar o encontro de uma vaca delinquente.............
e naquele momento isso era a minha realidade... ou seria a falta de realidade?..
enfim..eu continuei correndo... corri tanto.. q quando dei por mim, estava em meu quarto..no meio da madrugada...e não fazia ideia do q era real....
o amor?... o bar?... a pobreza?... as ruas...? ate mesmo.. a vaca...?o
cenário tornou-se indiferente...mas a vaca... sim, a vaca foi a única q me causou medo... desespero... loucura... que me fez correr... e isso me deixou mais vivo...
a vaca foi a coisa mais real q
já me aconteceu....
o fato de sentir... real ou não é o que me torna consciente de qualquer coisa que aconteça, mesmo que eu não saiba a
ferocidade daquilo... mas de uma coisa tenho certeza.. aquilo foi uma coisa minha... tão pessoal quanto real.... a vaca...
...brindarei sem
álcool à vaca....
O grande lance é que não precisa de moral da história.